Ter a companhia de um animal de estimação está se tornando cada vez mais comum na rotina dos seres humanos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 140 milhões de lares brasileiros já contam com a presença dos pets – termo popular em inglês para animais de estimação. Todavia, os benefícios que o convívio com os animais traz aos seres humanos vai muito além da amizade leal e sincera que eles proporcionam.
Um estudo divulgado pela Associação Americana do Coração mostrou que ter um pet ajuda a afastar problemas cardiovasculares, sendo que o risco de morte entre pessoas com doença cardíaca é até quatro vezes menor quando se convive com um animal de estimação (G1, 2021). Outra pesquisa, publicada na revista científica Journal of Gerontology: Medical Sciences, afirma que idosos donos de cachorros superam melhor a solidão, sendo, inclusive, uma atitude recomendada por muitos médicos; já que a companhia dos animais ajuda a manter atividades regulares, faz com que os idosos fiquem mais atentos à necessidade de se alimentar e alimentar seu animal e também tenham mais oportunidade de ver outras pessoas quando levam os pets para passear (G1, 2021).
Além disso, diversas pesquisas já demonstraram que o convívio com animais de estimação faz bem para a saúde mental, pois o ser humano ativa o sistema límbico (responsável pelas emoções mais instintivas), fazendo com que ocorra a liberação das endorfinas, o que gera a sensação de tranquilidade, bem-estar, melhora da autoestima, entre outros fatores. Por este mesmo motivo, pessoas que convivem com cães, por exemplo, conseguem superar melhor a perda de um ente querido (G1, 2021).
Uma das últimas descobertas científicas, publicada pela revista Science, mostra que os cachorros amam seus donos com o mesmo amor que um bebê sente pela mãe. Foi provado também, que a convivência com um pet produz elevada dose de oxitocina no corpo humano, a popularmente chamada “molécula do amor”. Em adição a isso, uma pesquisa realizada pela Edellman Intelligence em parceria com a HABRI e a Mars Petcare revelou que 80% das pessoas se sentem menos sozinhas na companhia de um pet. Ou seja, além da troca de carinho, cães e gatos também ajudam às pessoas a lidarem com problemas como a depressão, colaboram para a redução da timidez e facilitam a socialização (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2021).
O convívio com os pets notoriamente traz diversos benefícios ao ser humano. Contudo, essa relação também traz grandes responsabilidades. Afinal, assim como nós, os pets são seres vivos e também estão suscetíveis a doenças e problemas de saúde. Por este motivo, é de suma importância manter o cartão de vacinação dos animais atualizado. Além disso, idas rotineiras ao veterinário devem fazer parte da vida do bichinho. Por fim, zelar pela saúde do melhor amigo animal é tarefa de seu responsável humano, que deve ter um controle adequado do histórico de vacinação e medicação do pet para proporcioná-lo uma melhor qualidade de vida.
O presente projeto busca solucionar um dos principais problemas enfrentados pelos responsáveis de pets: o descontrole sobre a carteira de vacinação do animal; seja pelo não respeito ao cronograma de vacinação, seja pela simples perda do documento físico que relaciona os dados do bichinho e todas as vacinas já tomadas, além das que ainda necessitarão ser aplicadas.
A desorganização no cronograma de vacinação do pet pode prejudicar a saúde do animal e a vacinação inadequada aumenta o risco de transmissão de doenças. Por isso, é importante que o dono tenha fácil acesso ao histórico de vacinas utilizados, o que pode ser facilitado pela criação de um cartão digital de vacinação para pets, que permita um acompanhamento mais prático e dinâmico do cronograma e do status de vacinação desses animais por seus responsáveis.
O objetivo geral deste trabalho é o desenvolvimento de uma aplicação interativa, no formato de carteira de vacinação digital, que possibilite facilitar a organização e melhorar o controle dos donos sobre o histórico vacinal de seus pets.
Como objetivos específicos, ressalta-se:
- Fornecer os dados e as características básicas dos animais, associadas a um perfil individual para cada pet (como numa rede social);
- Fornecer informações e datas das vacinas que foram aplicadas nos animais de forma organizada, conforme seu tempo de vida;
- Permitir o controle mais eficiente da vacinação dos animais, melhorando sua qualidade de vida.
A maioria das pessoas que têm um animal de estimação gostaria que eles fossem eternos. Contudo, como todo ser vivo, o ciclo de vida de um pet passa pelas mesmas etapas do de um ser humano, ou seja: nascimento, crescimento, reprodução, amadurecimento e morte. Entretanto, esse ciclo de vida pode durar mais ou menos tempo, conforme a atenção que é dada a saúde do animal. Nesse contexto, a atenção ao calendário de vacinação e aos medicamentos prescritos pelo veterinário, desde o início da vida do pet, são as principais ferramentas que podem ser utilizadas para melhorar a saúde do bichinho, ampliando seu tempo e qualidade de vida.
Manter o calendário de vacinação atualizado, além de preservar a saúde do animal, também evita problemas à saúde do próprio dono, pois algumas doenças dos pets são transmitidas às pessoas. É importante manter essa atenção ao calendário, pois os pets devem ser vacinados ainda filhotes e, após adultos, faz-se necessário manter o acompanhamento regular de um veterinário. Para cães e gatos, por exemplo, é necessário ainda repetir as doses das vacinas pelo menos uma vez por ano, dependendo dos casos (PROTESTE!, 2017).
Segundo dados da Uipa – União Internacional Protetora dos Animais, observou-se um aumento de 400% na procura de animais para adoção no último ano. Isso pode ser justificado pelas medidas restritivas impostas pela pandemia da COVID-19, que fizeram com que as pessoas ficassem mais reclusas em suas residências e procurassem pela companhia de um pet para ajudar a passar o tempo solitário. No entanto, esse entusiasmo inicial muitas vezes não faz com que as pessoas reflitam, de fato, sobre a responsabilidade que é ter um animal sob seus cuidados. Com isso, segundo a pesquisa, observa-se também que é grande a quantidade de abandonos, o que contribui para a elevação do número de animais em abrigos. Dados da Organização Mundial da Saúde também apontam que, no Brasil, existem cerca de 30 milhões de animais abandonados; desse total, 10 milhões são gatos e 20 milhões são cachorros. Os traumas de um abandono deixam várias cicatrizes na vida de um pet e, muitas vezes, é necessário a ajuda de um veterinário ou adestrador para reverter esse quadro, que pode evoluir para uma depressão profunda e, em alguns casos, ao óbito (LEMOS, 2021).
De acordo com a veterinária Thayrine Marques Oshima, de Marília (SP), diferentemente das vacinas obrigatórias dos humanos, das quais a maioria são oferecidas gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e disponibilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), as doses de vacinas para os pets têm um custo. Por isso, antes de adotar um animal, os donos também precisam pensar nas despesas financeiras que serão gastas com a vacinação do pet; que deve ser feita em clínicas autorizadas e sempre por um médico veterinário. Ainda segundo a veterinária, algumas vacinas são essenciais para os pets, sendo uma delas, inclusive, contra o Coronavírus. Porém, um Coronavírus diferente daquele que atinge os seres humanos, já que no homem o vírus atinge o sistema respiratório e nos animais atinge o sistema gastrointestinal. A especialista também ressalta que todos os pets precisam ser vacinados, independentemente se passeiam na rua com frequência ou não (NUNES, 2021).
Nesse cenário, é notória a responsabilidade que o ser humano adquire sobre a vida do pet, a partir do momento em que passa a tê-lo sob seus cuidados. Dessa forma, o indivíduo deve ser capaz de amá-lo e cuidá-lo como quem cuida de um filho, devendo ter um controle adequado da saúde do animal com acompanhamento médico-veterinário obrigatório durante toda a vida do pet. Esse cuidado se reflete na organização adequada do cronograma vacinal do bichinho e na devida atenção que se deve dar ao registro médico de vacinas e medicamentos aplicados. Assim, o responsável humano estará colaborando de forma crucial para uma melhor qualidade de vida do seu melhor amigo.
- Faixa etária: Acima de 18 anos
- Gênero: Qualquer
- Perfil: Pessoas ou instituições que tenham pets sob sua responsabilidade ou cuidados. Como exemplos, destacam-se: donos de pets, pessoas que adotam animais, instituições que resgatam animais de rua, clínicas veterinárias, hotéis de pets.